Papers, Please, The Stanley Parable e Rogue Legacy: você sabe o que eles têm em comum? A aprovação dos jogadores no democrático Steam Greenlight. Agora, você conhecerá um pouco mais sobre a ideia sensacional do Steam, os jogos brasileiros que também foram aprovados pela comunidade de jogadores e como o sistema influênciou o mercado de games.
Substitua um punhado de eleitores do sistema democrático moderno por jogadores entusiasmados e empolgados por novas experiências. Permita-os escolher quais games devem ser vendidos no serviço de vendas de jogos mais popular do gênero em vez de presidentes ou governadores. Essa é a receita do Steam Greenlight.
Steam Greenlight é uma plataforma onde os desenvolvedores enviam seu projeto para a aprovação direta dos futuros jogadores. Uma vez aprovado, o game faz parte do catálogo bilionário do Steam. Para as desenvolvedoras que não possuem a mesma força de distribuição de uma Electronic Arts, a solução da Greenlight equilibra as forças de competição.
Os projetos enviados à aprovação estão longe de serem amadores. Em muitas vezes, a página do game traz vídeos, imagens in-game e descrições bem engraçadinhas. Veja o exemplo do Rogue Legacy. Tudo feito com profissionalismo de uma produtora. Claro que existem exemplos ruins, como em qualquer situação ou mercado. O simulador de gatos está aí para provar que jogos ruins podem ser enviados ao Greenlight sem muito critério.
A quantidade de votos não importa muito
O sistema de votação do Greenlight é um pouco misterioso e subjetivo. Você não tem como saber quantos votos um jogo recebeu da comunidade. E nunca saberá, porque a intenção do Steam não é valorizar a quantidade de votos de um título, mas valorizar o interesse verdadeiro dos jogadores por aquela ideia. Assim, garante o Steam, a essência é mantida.
Para os desenvolvedores, a questão da quantidade de votos é mais ou menos parecida. O Steam promete entrar em contato com os programadores de jogos que estão sendo bem vistos aos olhos da crítica comunidade. Independente da posição dele no ranking de votação – que existe, mas não é divulgado pelos motivos explicados lá em cima.
Se algum jogo não for aprovado pela comunidade, ele permanecerá no acervo do Greenlight até o desenvolvedor julgar que deve retirá-lo. Se isso não acontecer, o jogo estará disponível para sempre. Quer dizer, até quando o sistema continuar existindo… você sabe como a tecnologia é bastante efêmera e as coisas mudam tão rápido quanto a velocidade da luz.
Brasileiros em ação no Greenlight
O conceito do Steam Greenlight incentivou o surgimento de algumas empresas especializadas em vendas digitais de jogos com apoio da comunidade, inclusive no Brasil. Um dos filhos desta ideia é o Splitplay, voltado para suportar games indies brasileiros. Os próprios fundadores comparam e usam o Steam como inspiração e referência de loja digital do segmento.
Mas não foi só isso que aconteceu no mercado brasileiro de games. O Greenlight é uma das plataformas mais usadas pelos desenvolvedores brasileiros para divulgar seus jogos. Se você fizer uma pesquisa rápida, encontrará dezenas de projetos diferentes. Alguns até populares para quem acompanha o noticiário de games, como o bem-humorado Chroma Squad.
Você tem vontade de ver quais jogos brasileiros estão no Greenlight? Nós selecionamos os games que foram aprovados e outros que estão em votação.
Aprovados pela comunidade:
Alguns jogos em votação:
- Pesadelo 2: Regression
- Robot DIR
- Out There Somewhere
- Qasi al-Wasat:A Night In-Between
- Guy Vs. The Wicked and Nefarious Land
- Doomed’d Damned
- Earth Under Siege
Se quiser ajudar os desenvolvedores em votação, você só precisa entrar no Steam e votar. Antes, leia todas as informações do projeto e veja se o título tem potencial para agradar você e outras centenas de jogadores. Embora o Steam não divulgue publicamente, muitos jogos desenvolvidos por brasileiros foram aprovados pela comunidade – e bem avaliados, como o Oniken, que homenageia os games de aventura típicos da geração 8-bit.
Influência do Greenlight no mercado de games
O Greenlight catapultou os títulos independentes em um patamar de igualdade com as desenvolvedoras de games com mais recursos e estruturas. A fama de bons jogos produzidos por programadores sem vínculos com ninguém já era bastante conhecida entre os gamers. Agora, com uma plataforma exclusiva de votação, o negócio ganhou mais mercado.
O Brasil, como o quarto maior consumidor do mercado de jogos, também participa deste fenômeno de entretenimento. Primeiro, incentivando a criação de uma loja especializada em captar games indies brasileiros e colocar à venda por preços abaixo dos praticados em lojas físicas. Depois, usando recursos públicos para incentivar um projeto a sair do papel.
Mesmo que a atual representante do Ministério da Cultura tenha afirmado que os jogos não são cultura, o Brasil até se empenha em abrir mercado para desenvolvedores independentes. Embora a questão sobre imposto persiga o setor e estrangule os consumidores, o Greenlight se transformou numa alternativa para apoiar bons jogos independentes nacionais.
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